sábado, 12 de janeiro de 2013

Era uma vez... ♪





Era uma vez ... E nessa vez, decidiu de vez  trocar o “era uma vez” por:
-É dessa vez!
Uma vez só não usou de sensatez.  E foi preciso só uma vez.
Ponderou que em vez de fazer vez de quem espera a sua vez e se contenta que de vez em vez sempre chega a sua vez, era chegada a hora e a vez do “as vezes” se tornar “de vez”,uma vez que a gente só vive mesmo uma vez.
Aí, foi naquela vez.
Tinha que ser.
Quantas vezes banhou os olhos sob solitária lástima: “Só dessa vez, podia ser minha vez”
Todavia, tão confuso tornara-se tudo.
Estava à vez. Mas certeza não tinha de que aquela vez era a sua...Mesmo se fosse a sua vez, tinha que ser daquela vez? ... Aliás, será que era uma vez?
Em vez de, de vez em quando meditar, perdeu o tino de tanto esperar e querer, como ainda acontece de vez em vez ...
Pois é.
Perdeu o tino e perdeu a vez.
Porém, dessa vez, quando perdeu aquela sua vez, qualificou-se para ganhar a outra sua vez na próxima vez.
Tanto procurou o começo da desejada “sua vez” mas acabou descobrindo  que, por vezes, aquilo que é “de vez” foi escrito não no começo, mas in media res do “Era uma vez...”
Aquela vez perdeu a vez e não vai ser preciso perder mais uma vez.
Era uma vez, aquela vez...